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Página de desporto e saúde, que pretende dar uma análise global sobre performance desportiva (individual e coletiva), prevenção e reabilitação de lesões.
Hoje a caminho do trabalho, estava a ouvir a Rádio Comercial e foi difícil não escapar uma lágrima.
Estava a ser feita a antevisão do jogo de amanhã de uma forma breve, em que Portugal defronta a Áustria. Pouco depois, foi recordado o mítico jornalista e locutor desportivo, Jorge Perestelo, ao mesmo tempo que passava a música "Força" de Nelly Furtado.
Após ouvir esses minutos de rádio, pensei logo: "Já ganhei o dia! Tão bom recordar estes momentos."
O "Ripa na Rapaqueca", nunca mais foi dito, já que passado poucos meses, o homem a quem todos reconheciam a voz, deixou-nos. Nem sequer fazia parte do desporto das 4 linhas, mas isto do futebol... não são apenas 11 contra 11. É muito mais do que isso!
Na altura, era uma criança e vi-a o futebol, como a melhor forma para demonstrar o meu patriotismo (claro que agora, sei distinguir que não é por vestir uma camisola ou levar cachecol de Portugal, que o amor pelo meu país é maior ou menor).
O meu pai deu-me a oportunidade de ir ver a final do Euro 2004 ao vivo e foi um misto de emoções. A festa era de outro mundo, mas infelizmente a Grécia levou a melhor e foi a campeã. E eu queria tanto ter festejado aquele título com o meu pai...
O caneco escapou, mas a paixão, mantem-se. Pelo desporto e pela família.
Que o diga, Srna. O jogador da Croácia perdeu o pai, enquanto jogava o 1º jogo do Euro, contra a Turquia. Abandonou temporariamente a sua seleção para ir ao funeral e no jogo de hoje, durante o hino... chorou e comoveu todos à sua volta.
O jogador assumiu que era o momento mais complicado que enfrentava até hoje e que só regressou, apenas porque o pai lhe teria dito, que o queria ver na competição, independentemente do que acontecesse.
A concentração, a auto-confiança e a preparação mental, para além da motivação e capacidade para controlar a ansiedade, são alguns dos parâmetros essenciais no desporto de competição. Mas Srna, devia estar ainda com o seu pai.
E a melhor forma de se voltar a entregar à sua seleção, foi os seus colegas estarem com ele. Tanto nos momentos de felicidade... como nos momentos menos bons.
A Croácia dominou, esteve a ganhar por 2-0 (nos festejos foi notória a preocupação de festejar com Srna) mas em 14 minutos, sofreu 2 golos e deixou-se empatar. Daqui a uns anos, o resultado não vai interessar. O desporto, é muito mais que um jogo.