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Página de desporto e saúde, que pretende dar uma análise global sobre performance desportiva (individual e coletiva), prevenção e reabilitação de lesões.
A temática do novo artigo da Radiografia Desportiva é sobre dor lombar no ténis. Mas começamos pelo relato do melhor dia de sempre para o ténis português!
No dia 1 de Novembro de 2015: João Sousa venceu o ATP de Valência, Gastão Elias no Peru (Challenger) e Frederico Silva (Future) no Egipto! É sem dúvida, um excelente motivo para acreditarmos que Portugal, poderá ter um atleta no top 10 mundial brevemente.
Recordamos o "match-point" da vitória de João Sousa, que assim consegue atingir a 34ª posição no ATP World Tour.
O ténis tem uma caracterização complexa, pois é um desporto de força, rapidez, resistência e precisão. Os jogadores necessitam de se mover rapidamente, fazer mudanças de direção, parar e realizar novos arranques mantendo o equilíbrio do corpo. Os jogadores devem fazer um treino físico para serem capazes de aguentar as exigências do jogo e diminuir os factores de risco.
A prática de ténis pode originar lesões no sistema músculo-esquelético. Há lesões mais comuns e outras mais específicas consoante a idade do praticante, o seu nível competitivo e o tempo de exposição ao risco da prática. (Oliveira, Elliot, Coutinho, Araújo & Carvalho, 2007).
A dor lombar pode ser definida como uma intolerância à atividade devido a sintomas lombares ou sintomas lombares associados a sintomatologia nos membros inferiores. (Cruz & Serpa, 2005).
Existe uma série de origens para a dor lombar em atletas de ténis. As exigências físicas inerentes ao desporto na região lombar e no tronco combinadas com padrões de reduzida flexibilidade resultam, frequentemente, em lesões de sobrecarga. Outras potenciais causas de dor lombar, incluem a degeneração do disco intervertebral, síndrome das facetas e espondilólise, devido a repetidos movimentos de hiperextensão e rotação da coluna. (Kibler & Safran, 2005)
Na prevenção de lesões de sobrecarga na coluna lombar é fundamental fazer a análise de todo o processo de treino (aspetos físicos, técnicos e tácticos) e as suas condições com as características individuais (componentes anatómicos e funcionais) de cada atleta, sendo essencial para este aspecto uma cooperação entre treinadores, fisioterapeutas e outros profissionais envolvidos. (Oliveira et al, 2007)
Os factores de risco da dor lombar que podem ser modificáveis passam pela flexibilidade, tempo de recuperação, factores psico-sociais, tipo de piso e calçado, tipo de treino e erros nos gestos técnicos.
Curiosidade: cerca de 40% dos tenistas profissionais, desiste de um torneio por ano devido a dor lombar.
Cruz, E. B., Serpa, R. (2005). Padrões de dor lombar: categorização dos sinais, sintomas e restrições da capacidade em utentes com dor lombar. EssFisiOnline. 1(2): 15 – 25.
Kibler, W.B., Safran, M. (2005). Tennis Injuries. Individual Sports Medicine Science. 48: 120 – 137.
Oliveira, R., Elliot, B., Coutinho, C., Araújo, D., Carvalho, J. (2007). Investigação e Ténis. FMH Edições.
O aquecimento é um factor preponderante no âmbito da prevenção de lesões no desporto. Na maioria das vezes, quando alguém diz "vai aquecer antes de jogar", a nível recreativo pensa-se sempre "vou correr à volta do campo".
Pois bem, totalmente errado!
O principal objetivo do aquecimento é preparar o corpo para o desporto, seja em treino, competição ou em lazer. No aquecimento deve-se realizar exercícios que utilizem os grandes grupos musculares e simular gestos técnicos da modalidade que se vai praticar.
O aquecimento favorece o aumento da circulação sanguínea ao nível muscular; aumenta o aporte de oxigénio e substratos energéticos aos músculos durante a atividade, promovendo, a eliminação de produtos resultantes do metabolismo celular e favorece ainda a libertação do oxigénio da hemoglobina e da mioglobina. Desta forma, diminui a quantidade de energia que é necessária para se iniciarem reações celulares e a viscosidade muscular, ou seja, aumenta a elasticidade dos tecidos.
Durante a realização de exercícios de aquecimento deve ser estimulada a ativação do Sistema Nervoso Central, de modo a aumentar a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos, melhorando a coordenação do movimento e a performance do atleta, reduzindo o risco de lesões.
Sugestão de vários exercícios de aquecimento dinâmico: