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Página de desporto e saúde, que pretende dar uma análise global sobre performance desportiva (individual e coletiva), prevenção e reabilitação de lesões.
Na crónica da Radiografia Desportiva "hoje é dia de..." o tema é sobre Miklos Fehér.
Faz hoje 12 anos que a tragédia aconteceu. No jogo entre o Vitória Sport Clube e Sport Lisboa e Benfica, uma paragem cardio-respiratória tirou a vida ao jogador húngaro de apenas 24 anos. As equipas médicas ainda fizeram tudo o que lhes estava ao alcance (nomeadamente manobras de reanimação) ainda no relvado e o atleta foi levado para o hospital, mas não conseguiu sobreviver.
12 anos depois as memórias e as saudades permanecem vivas. O seu sorriso ficou eternizado em estátua.
Como se sabe, os atletas são avaliados de forma muito rigorosa (principalmente nas equipas profissionais e atletas de alta competição), mas infelizmente casos como este ainda acontecem e é necessário a obrigatoriedade de exames de diagnóstico em formação e desporto amador.
A história clínica de cada jogador é fundamental para o conhecimento da sintomatologia de cada um e permite extrair dela o conhecimento global da situação clínica. O exame objetivo/físico, é um método de excelente especificidade para diferentes patologias cardíacas e auxilia a fazer um diagnóstico e a orientar o pedido subsequente de exames.
Relativamente à utilização de exames complementares de diagnótisco, a sua necessidade é sempre avaliada pela equipa médica e é imprescendível para saber se os atletas estão aptos a realizar atividade desportiva.
Há inúmeros meios complementares de diagnóstico em cardiologia, tais como:
- Electrocardiograma
- Ecocardiografia
- Provas de esforço cardio-respiratórias
- Registo de ECG dinâmico de 24 - 48 horas (Holter).
- Teste de tilt ou de inclinação em mesa basculante.
- Monitorização ambulatória da pressão arterial (MAPA).
- Angio TAC coronário (avaliação da anatomia coronária e as suas possíveis anomalias).
- Ressonância magnética cardíaca.
Por outro lado, todos os profissionais devem ter o curso de Suporte Básico de Vida e Desfibrilhador Automático Externo (DAE). Faz parte das competências necessárias para aumentar a capacidade de salvar uma vida.
Documento do INEM sobre Suporte Básico de Vida
"Nasceste a chorar e toda a gente sorriu. Morreste a sorrir e toda a gente chorou".
A Radiografia Desportiva hoje aborda o tema dos diferentes tipos de relvado, que dão vida à magia do futebol. Poderá o relvado artificial ser mais propício ao risco de lesão desportiva?
O CSKA de Moscovo (adversário de hoje do Sporting Clube de Portugal) joga em relvado natural, mas por exemplo o seu rival Spartak de Moscovo utiliza relvado sintético.
O piso sintético tem sido a solução para diversos campos (e também recintos escolares) já que a sua manutenção é relativamente simples e é resistente a alterações de clima. De qualquer forma, as notícias sobre este tipo de relvado têm sido pouco indicadas para a prática de desporto de alto rendimento. Por exemplo, este ano o Boavista foi obrigado a trocar o relvado sintético por natural na época 2015/2016. Recorde-se que o Estádio do Bessa, era o único na 1ª Liga Portuguesa a ter relva artificial.
Fará sentido, tendo em conta a saúde dos atletas?
Segundo, alguns estudos científicos, parece que sim. É claro que ainda é necessário haver uma exaustiva avaliação de lesões em diferentes relvados, para informar os atletas, profissionais de saúde e organismos desportivos dos mecanismos de lesão e fatores de risco.
Apesar do referido, alguns estudos científicos demonstraram que:
- Em vários campos de relva artificial, houve um aumento do risco de lesão no tornozelo.
- Qualquer inferência quanto à gravidade de lesão é inconsistente, apesar de jogar na relva sintética ser mais suscetível a feridas/queimaduras.
- Um dos principais padrões de lesão no relvado sintético, em comparação com o natural, inclui a probabilidade do pé ficar fixo quando há mudança de direção do atleta e assim, pode acrescer o risco de lesão.
The Relationship Between Core Stability and Performance in Division I Football Players
Is there a relationship between ground and climatic conditions and injuries in football?
Não somos capazes de medir diretamente o envelhecimento. De qualquer forma, a quantificação de diversos parâmetros fisiológicos permite distinguir diferentes ritmos de envelhecimento. Há aspetos bio-psico-sociais a considerar, mas também há aspetos biológicos que não somos capazes de medir diretamente.
"Older Athletes Have a Strikingly Young Fitness Age"
Parâmetros de idade biológica (Borkan e Norris)
Estes autores começaram por utilizar parâmetros para determinar a idade biológica de uma pessoa: capacidade vital; capacidade respiratória máxima; pressão arterial sistólica; pressão arterial diastólica; volume expiratório forçado (1 segundo); hemoglobina; limiar auditivo; acuidade visual; creatinina; glicémia; metabolismo basal; densidade óssea; força manual; capacidade máxima de trabalho muscular; teste de memória visual de Benton; tempo no teste de tapping (distância curta e intermédia); tempo de teste de tapping (distancia curta); tempo de reacção (simples e para realizar uma decisão) e tempo de reacção do pé.
Há um estigma relacionado com a idade cronológica. Achar que as pessoas mais velhas já não podem render tanto em desporto, nem sempre é verdade. A experiência traz outras vantagens e benefícios às qualidades intrínsecas de um atleta.
Por outro lado, temos sempre de valorizar a expressão "Use it or loose it" em todas as pessoas. Está provado que a principal causa do declínio durante o envelhecimento é por causa da “falta de uso” a nível físico, mental e social.
Exemplo:
A pré-época é um período de preparação muito importante para o sucesso de qualquer equipa. Apresento-vos um vídeo, onde se trabalha agilidade, mudanças de direção e velocidade.
É neste período pré-competitivo que se começa a inserir as metodologias de treino e os atletas começam a assimiliar as ideias da equipa técnica.
Para além do treino em si, é vital haver uma avaliação cuidada de cada jogador, que deve ter diversos parâmetros:
- Idade; Peso; Altura, Índice de Massa Corporal; História clínica anterior; História clínica atual; História médico-cirúrgica; Tensão Arterial; Frequência cardíaca e respiratória; Perímetros musculares; Exames complementares e outras especificidades/observações de cada atleta.