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Página de desporto e saúde, que pretende dar uma análise global sobre performance desportiva (individual e coletiva), prevenção e reabilitação de lesões.
A metodologia de treino desportivo tem sempre um propósito: atingir o máximo desempenho desportivo. O desempenho desportivo, também conhecido pelo termo inglês “performance” é obtido em competição e expressa as possibilidades máximas individuais e coletivas num determinado desporto, neste caso o futebol.
Vamos aprofundar o caso do Barcelona.
Nos últimos 7 anos, ganhou o campeonato 5 vezes e mesmo após terem saído grandes jogadores (e o treinador que deu origem ao famoso "tiki-taka") o futebol continua eficaz e de qualidade.
O que têm em comum Ronaldinho Gaúcho, Thierry Henry, Deco, Victor Valdés, Samuel Eto'o, Xavi, Puyol, David Villa, Pedro, Abidal, Cesc Fàbregas e Alexis Sánchez?
O movimento é considerado como um “sistema” que é composto por diversos elementos (onde se incluem sistemas fisiológicos e anatómicos), cada um dos quais com uma função relativa única necessária à produção e regulação do mesmo (Sahrmann, 2002).
O Sistema Nervoso Central recebe informação proveniente de vários sistemas, somatosensorial, visual e vestibular. Estes sistemas garantem a melhor adequação à oscilação postural, permitindo controlar os músculos e modulando a velocidade angular das articulações. Esta modulação é feita através de torques ajustados à atividade, produzindo dessa forma o movimento tendo em conta o objetivo pretendido. O movimento normal depende de um sistema neuro-muscular que recebe, integra e responde selectivamente a múltiplos estímulos, tanto intrínsecos como extrínsecos. É controlado não só por comandos centrais e pela medula espinal, mas também por aspetos funcionais e comportamentais que influenciam a postura e o movimento (Enoka, 2002; Edwards, Jones, Carr, Mayer & Jensen, 2004).
O movimento emerge da interação de três factores: o indivíduo, a tarefa e o meio ambiente. O indivíduo gera o movimento para ir de encontro às exigências da tarefa motora, dentro de um ambiente específico. Por esta razão, pode-se afirmar que a organização do movimento é constrangida por factores inerentes ao indivíduo, à tarefa e ao meio ambiente (Cook & Woollacott, 2007).
Para o controlo do movimento são importantes três tipos de informação aferente: a exterocepção, a propriocepção e as consequências da acção. Esta informação é fornecida por duas classes de receptores sensitivos: o exteroceptores e os prorioceptores. Os exteroceptores detectam estímulos externos que têm influência sobre o sistema e estão distribuídos por todo o sistema, incluindo os olhos, as orelhas e a pele. A informação fornecida pelos exteroceptores tem como objetivo informar o sistema sobre o estado do ambiente externo, incluindo a sua localização relativamente ao que o rodeia (Enoka, 2002).
Este vídeo, demonstra bem a complexidade do movimento humano...
"640 muscles; 250 joints; various systems (proprioception, vestibular, visual). Movement is a necessity."
Cook, A. & Woolacott, M. (2007). Motor Control – Theory and Practice Aplication. Lippincott Williams & Wilkins.
Edwards, I. Jones, M., Carr, J., Braunack-Mayer, A. e Jensen, G. M., (2004). Clinical reasoning strategies in physical therapy. Physical Therapy, 84 (4), 312-330.
Enoka, R. M. (2002). Neuromechanics of human movement (3.ª Ed.). Champaign: Human Kinetics.
Sahrmann, S. (2002). Diagnosis and Treatment of Movement Impairment Syndromes Missouri: Mosby.
Muitas pessoas quando pensam na vida de um atleta de alta competição (seja de que modalidade for), dificilmente associam estados depressivos ou outras patologias. Mas nem tudo é um mar de rosas.
O principal problema neste tipo de população, muito provavelmente, debate-se com o autoconceito e autoestima. O autoconceito, refere-se à maneira como a pessoa se vê a si própria. Pode ter autocomplexidade alta ou baixa, pois inclui diferentes identidades (uma pessoa não é só a sua profissão). O autoconceito não é o mesmo que autoestima, que corresponde à avaliação que fazemos de nós próprios e que se associa às crenças que temos em relação a nós e quando está reduzida, pode estar associada a depressão.
É evidente que há uma forte ligação entre desporto, saúde física e psicológica e se nos concentrarmos apenas numa delas, corremos o risco de deixar escapar informações importantes e alguns traços comportamentais pouco comuns.
A contundente influência restritiva que a sociedade exerce sobre os "atletas de televisão", limita as suas possibilidades de atuação, maioritariamente a nível social, oprimindo-os sob os modelos e padrões de "exemplo". Esse rigor levado ao extremo, pode levar a casos de má memória para todos.
Robert Enke, guarda-redes internacional alemão que jogou três temporadas no Benfica e que também atuou pelo Borussia Mönchengladbach, Barcelona, Fenerbahçe, Tenerife e Hannover 96, suicidou-se no dia 10 de Novembro de 2009 (faz hoje 6 anos) numa linha de comboio, depois de um longo período associado a depressão. O atleta sempre foi conhecido internamente por ser perfecionista e tinha sempre medo de falhar.
Ian Thorpe, atleta mundialmente conhecido, também passou grande parte da sua vida afetado por uma depressão (segundo relata a sua autobiografia). O pentacampeão olímpico em natação, admitiu no seu livro que planeou o suicídio por diversas vezes e que houve alturas em que bebeu grandes quantidades de álcool para conseguir gerir as mudanças de humor que tinha.
Ser atleta de alta competição, não é fácil. O conceito de desporto de alto rendimento está relacionado com um elevado cariz de exigência, que nem sempre é gerida da melhor forma por todos.
Já o professor catedrático português Manuel Sérgio dizia: "O desporto é o fenómeno cultural de maior magia no Mundo". E facilmente se percebe porquê...
Praticamente qualquer pessoa gosta de ganhar no último minuto ou segundo e a sensação para o adversário é horrível e de injustiça. Mas a sorte, procura-se e é treinada todos os dias.
Mostramos uma compilação de golos nos últimos momentos da partida, que decidiram jogos, taças, campeonatos e competições europeia. São 7 minutos arrepiantes de verdadeira emoção de desporto.
A melhor forma de mostrar respeito e consideração por uma equipa ou adversário, é lutar e jogar o melhor possível até ao último minuto, independentemente do resultado.
Até mesmo noutros desportos, como atletismo ou natação, vencer é cada vez mais difícil. Até mesmo quando há hegemonia numa modalidade (como em provas de velocidade).
Por exemplo, desde 2008, tem sido Usain Bolt contra o resto do Mundo. Mas, os adversários têm encurtado a diferença que outrora era praticamente impossível de alcançar!
A temática do novo artigo da Radiografia Desportiva é sobre dor lombar no ténis. Mas começamos pelo relato do melhor dia de sempre para o ténis português!
No dia 1 de Novembro de 2015: João Sousa venceu o ATP de Valência, Gastão Elias no Peru (Challenger) e Frederico Silva (Future) no Egipto! É sem dúvida, um excelente motivo para acreditarmos que Portugal, poderá ter um atleta no top 10 mundial brevemente.
Recordamos o "match-point" da vitória de João Sousa, que assim consegue atingir a 34ª posição no ATP World Tour.
O ténis tem uma caracterização complexa, pois é um desporto de força, rapidez, resistência e precisão. Os jogadores necessitam de se mover rapidamente, fazer mudanças de direção, parar e realizar novos arranques mantendo o equilíbrio do corpo. Os jogadores devem fazer um treino físico para serem capazes de aguentar as exigências do jogo e diminuir os factores de risco.
A prática de ténis pode originar lesões no sistema músculo-esquelético. Há lesões mais comuns e outras mais específicas consoante a idade do praticante, o seu nível competitivo e o tempo de exposição ao risco da prática. (Oliveira, Elliot, Coutinho, Araújo & Carvalho, 2007).
A dor lombar pode ser definida como uma intolerância à atividade devido a sintomas lombares ou sintomas lombares associados a sintomatologia nos membros inferiores. (Cruz & Serpa, 2005).
Existe uma série de origens para a dor lombar em atletas de ténis. As exigências físicas inerentes ao desporto na região lombar e no tronco combinadas com padrões de reduzida flexibilidade resultam, frequentemente, em lesões de sobrecarga. Outras potenciais causas de dor lombar, incluem a degeneração do disco intervertebral, síndrome das facetas e espondilólise, devido a repetidos movimentos de hiperextensão e rotação da coluna. (Kibler & Safran, 2005)
Na prevenção de lesões de sobrecarga na coluna lombar é fundamental fazer a análise de todo o processo de treino (aspetos físicos, técnicos e tácticos) e as suas condições com as características individuais (componentes anatómicos e funcionais) de cada atleta, sendo essencial para este aspecto uma cooperação entre treinadores, fisioterapeutas e outros profissionais envolvidos. (Oliveira et al, 2007)
Os factores de risco da dor lombar que podem ser modificáveis passam pela flexibilidade, tempo de recuperação, factores psico-sociais, tipo de piso e calçado, tipo de treino e erros nos gestos técnicos.
Curiosidade: cerca de 40% dos tenistas profissionais, desiste de um torneio por ano devido a dor lombar.
Cruz, E. B., Serpa, R. (2005). Padrões de dor lombar: categorização dos sinais, sintomas e restrições da capacidade em utentes com dor lombar. EssFisiOnline. 1(2): 15 – 25.
Kibler, W.B., Safran, M. (2005). Tennis Injuries. Individual Sports Medicine Science. 48: 120 – 137.
Oliveira, R., Elliot, B., Coutinho, C., Araújo, D., Carvalho, J. (2007). Investigação e Ténis. FMH Edições.