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Página de desporto e saúde, que pretende dar uma análise global sobre performance desportiva (individual e coletiva), prevenção e reabilitação de lesões.
A tendinopatia do tendão rotuliano é uma lesão relacionada com a sobrecarga existente neste tendão e recorrente em desportos que tenham o salto implícito no gesto técnico (Cohen, Ferreti, Marcondes, Amaro & Ejnisman, 2008), como é o caso do basquetebol.
Veja o vídeo e as semelhanças de dois grandes atletas, que utilizam o salto diversas vezes no seu jogo e lançamento. Estes movimentos expõem os atletas a este tipo de lesão. A atividade que mais causa a tendinopatia rotuliana é o salto realizado de forma excessiva. Este movimento expõe os atletas a este tipo de lesão, já que o quadricípete trabalha para a extensão do joelho (impulsão para o salto) e para a recepção ao solo.
Não existe ainda uma nomenclatura que seja inequívoca em relação aos termos que devem ser utilizados para descreverem esta situação clínica. No entanto, muitos autores sugerem o termo tendinopatia para descrever de uma forma genérica todas as patologias inerentes às lesões tendinosas (Khan, Cook, Taunton & Bonar, 2000; Jardim, 2005 & Cohen, et al., 2008).
O tendão rotuliano insere-se, em cima, no vértice da rótula e por baixo, na tuberosidade anterior da tíbia, depois de se dirigir obliquamente para baixo e ligeiramente para fora. A face posterior do tendão relaciona-se, em baixo, com a bolsa serosa pré-tibial e por cima, com a massa adiposa anterior do joelho (Pina, 2006).
A tendinopatia do tendão rotuliano é uma das condições tendinosas mais comuns em praticantes de modalidades desportivas (Khan et al., 2000). A prevalência desta lesão varia entre 35% a 40% em basquetebolistas de alta competição. Os jogadores de basquetebol saltam em média 70 vezes por jogo e cada recepção ao solo representa cerca de seis a oito vezes o seu peso corporal (Bhar, Fossan, Loken & Engebretsen, 2006).
A abordagem terapêutica para as tendinopatias do tendão rotuliano pode ser efetuada por duas grandes vertentes: o tratamento conservador e o tratamento cirúrgico. Em termos clínicos, independentemente da fase em que se encontre a lesão, a abordagem inicial deverá ser sempre conservadora e o objetivo do tratamento passa por reduzir a dor e recuperar a função do atleta.
Para esta lesão, são várias as propostas de intervenção descritas (para o tratamento conservador), nomeadamente:
- Repouso (parcial ou absoluto)
- Crioterapia (gelo)
- Realização de exercícios excêntricos
- Eletroterapia
- Correção biomecânica dos fatores predisponentes da lesão
- Redução de carga de treino
- Farmacologia
- Ligaduras funcionais de dispersão de forças (junto ao tendão rotuliano)
(Khan, 2000; Cook & Khan, 2001; Jardim, 2005 & Cohen, 2008).
Em relação aos procedimentos cirúrgicos que existem, pode-se destacar a excisão de áreas necrosadas, resseção da inserção tibial do tendão rotuliano com realinhamento e/ou descompressão do tendão assistida com artroscopia (Khan, et al., 2000).
Apesar de ser muito estudada, a tendinopatia do tendão rotuliano não possui uma evidência científica consistente que clarifique as suas causas, o seu processo fisiopatológico e os procedimentos utilizados no tratamento conservador.
Bons treinos!
Bhar, R., Fossan, B., Loken, S., & Engebretsen, L. (2006) – Surgical Treatment Compared With Eccentric Training For Patellar Tendinopathy (Jumper´s Knee).The journal of bone and joint surgey, Vol. 88-A, nº(8).
Cohen, M., Ferreti, M., Marcondes, F. B., Amaro, J. T & Ejnisman, B. (2008) – Tendinopatia patelar. Rev Bras Ortop, nº (8): 309-18.
Cook, J. & Khan, K M. (2001) - What is the most appropriate treatment for patellar tendinopathy? Br J Sports Med, pp 291-294.
Jardim, M. (2005) – Tendinopatia Patelar. EssFisOnline, Vol. 1, nº (4).
Khan, K. M., Cook, J. L., Taunton, J. E. & Bonar, F. (2000). - Overuse Tendinosis, Not Tendinitis - Part 1: A New Paradigm for a Difficult Clinical Problem. The Physician and Sports medicine, Vol.28 nº 5.
Pina, J. A. E. (2006) – Anatomia Humana da locomoção. 3ª Ed., Lidel - Lisboa.